Carta aberta com o
sentimento de revolta
Olá
ilustríssimos amigos, colegas e camaradas saúdo a todos, visto que, informo que
essa sociedade que é perversa, desigual, excludente e que proporciona a divisão
de classe, perdeu um excelente ser humano devido à falta de segurança, na qual
aqueles que são eleitos para nos representarmos, mas não exercem de fato o seu
papel e consequentemente a cidade fica entregue a violência que é fortalecida
ou proporcionada por esses representantes que não fomentam políticas para a
população de modo geral. Uma vez que, essa má conduta causa um verdadeiro
desequilíbrio na juventude que se encontra aprisionado nos órgãos que só sabem
punir de forma violenta, ou seja, fortalecendo o método de coerção ao invés de
trabalhar com os jovens ou o indivíduo para que o mesmo não volte para o mundo
do crime que na verdade ninguém nasce ladrão e nem traficante.
“É necessário cuidar das crianças para não se tornar
necessário puni os adultos”. Michel Foucault Vigiar e Punir
Logo
me remete uma indagação, uma vez que, se ninguém nasce ladrão ou traficante na
verdade quem é que formula esse método e exerce de forma exacerbada e violenta
que causa terror e lágrimas para muitas famílias? Situação essa para se pensar
e tentar encontrar uma resposta, pois
faço esse relato de revolta pelo motivo do assassinato de uma colega de Serviço
Social da Universidade Católica do Salvador, que tanto se dedicava para se
formar e advogar em prol da sociedade de modo geral, sendo que tinha como
objetivo fundamental lutar para exterminar essa tamanha desigualdade que
infelizmente se faz presente nessa sociedade neoliberal. Portanto até
quando viveremos no meio desse fogo cruzado na qual o que importa é o valor
capital e a vida do indivíduo passa a não valer mais nada, uma vez que, essa
prática perversa apenas favorece para cada indivíduo viver as suas
particularidades esquecendo, da importância que o outro exerce tanto para a sua
vida pessoal e profissional quanto para a interação social, ou seja, interação
coletiva.
Deixo
os meus sentimentos de solidariedade, entendendo que devemos cada vez mais
estar unidos para combater esse método que é tão desigual na qual a Lei
teoricamente funciona, mas a sua execução é mal elaborada só não tenho como
afirmar se ela é mal executada de forma proposital. Porém se tornar necessário
continuarmos seguindo lutando e acreditando nos nossos ideais, pois muitos
perderam a vida para nós estarmos aqui e a nossa colega é mais um grande
exemplo, ou seja, vamos unificar a luta com o objetivo de exterminar esses
métodos perversos, desiguais e excludentes e principalmente fazer de fato
acontecer o gerenciamento dos recursos básicos do cidadão que são garantias
constitucionais. Nada de política de favor e nem assistencialismo, pois iremos
lutar por uma sociedade equânime na qual cada indivíduo possa ter o seu direito
assegurado não só apenas no papel, mas que esse direito possa chegar a ser
executado para promover uma sociedade harmônica e principalmente fazer o
desigual se tornar igual.
“Todos são iguais sem distinção de qualquer natureza
garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, Educação,
Saúde, etc.” Constituição Federal 1988
Diante
do relato apresentado fico preocupado no sentido que, até quando vivemos nesse
país que prega a desigualdade e de fato a cada dia muitos morrem por falta de
segurança e principalmente por não discutirem políticas que contemple a
juventude que tanto dizem que é o futuro do Brasil, mas que Brasil é esse? O
Brasil de Zil que não investem na Educação, mas investem no futebol que na verdade
não deixa de ser um tráfico de pessoas, ou seja, um tráfico de pessoas na qual
esse tráfico acontece de forma velada e permitida pelo fato de muitos estarem
ganhando ou explorando o outro em favor do tal CRESCIMENTO ECONÔMICO, e o
DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO COMO É QUE FICA?
“dimensão
coletiva da vida social está completamente perdida: o indivíduo é reduzido ao
mesquinho burguês, que tem a razão na carteira de dinheiro e o coração na caixa
registradora” Introdução à filosofia de Marx, Sérgio Lessa, Ivo Tonet p.83 – 1.
ed São Paulo, Expressão Popular, 2008
Centro Acadêmico de Serviço Social
Dandara.
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