25 agosto 2011

CARTA DO PROF. SERGIO GUERRA

Segue esta pequena noticia de nossa demissão coletiva. Por favor, divulguem amplamente. abraços, Sérgio Guerra.

DEMITIDO!
“PROF. SÉRGIO ARMANDO DINIZ GUERRA.… COMUNICAMOS A SUA DISPENSA SEM JUSTA CAUSA DESTA INSTITUIÇÃO, NESTA DATA, DIA 05/08/2011... ATENCIOSAMENTE, NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS.”.
O texto do telegrama, ironicamente azul e amarelo (lembram do tradicional ”bilhete azul?”), simples, seco e rude, poderia dizer mal educado, sem sequer um protocolar ”Prezado senhor”, ou respeitoso, á idade “Senhor professor”, ou até mesmo o obrigatório, academicamente, “professor doutor”, rompeu unilateralmente, 37 anos de trabalho, a serem completados, conforme reza a assinatura da carteira de trabalho no próximo dia 01/09/2011. Aliás, não há sequer o nome de um responsável (?) pelo ato, além do “NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS”. Além do mais, a única identificação da instituição está na capa no local do emitente.
Devo dizer que não senti nenhuma estranheza, pois sei se tratar de apenas mais uma demissão do processo que já vinha denominando de “limpeza ética” pelo qual vem passando a Universidade Católica do Salvador, com a eliminação da oposição política, sindical e acadêmica, como parte da campanha da oitava eleição do “magnífico rei-tor”, depois da “limpeza étnica”, com a eliminação financeira dos negros, carentes e pobres, por nós, também já denunciada anteriormente.
Na realidade, o sentimento maior que me vem é o de conforto, por estar nas companhias de Borghi e Winston, últimos e únicos candidatos da oposição a reitor e vice, contra a autocracia que se instalou a 27 anos nesta instituição. Por outro lado, senti-me feliz em acompanhar Pedro Barbosa e Wellington Castelucci, ambos doutores, além de Osvalnice e Lurdinha Heimer, figuras matriarcais e quase lendárias no curso e na categoria profissional do Serviço Social, e também demitidos, todos sem justa causa.
Resta a sensação, quase certeza, de que A CRISE NA UCSAL passa de administrativa, de gestão e financeira, para o plano mais profundo do acadêmico, político, ético e moral. E esta clareza nos evidencia a necessidade de aumentar o exercício da crítica, da denúncia, da mobilização e da disputa para SALVAR A UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR, pois nunca é demais lembrar a bandeira dos velhos e bons companheiros da esquerda brasileira, quando no enfrentamento á ditadura, ao autoritarismo e curiosamente, ao ”Carl ismo”, visto que agora que dispomos de muito mais necessidade, de tempo e liberdade: A LUTA CONTINUA.
Professor Doutor Sérgio Guerra.
Professor Adjunto da UNEB.
Professor Adjunto da UCSAL.
Professor aposentado da SEEB.




"Deve-se desafiar o medo e, a despeito dele, deve-se dar o passo seguinte na aprendizagem e o seguinte e o seguinte. Deve-se ter medo plenamente e, no entanto, não se deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recua."
(provérbio indígena)

REITOR DA UCSAL APROFUNDA AS MEDIDAS DE MERCANTILIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE



Alan Brandão de Morais
CAHCAM - Centro Acadêmico de História Carlos Marighella/UCSal.
CARCARA - Coletivo Alternativo Revolucionário Classista e Apartidário de Resistência Autônoma.

Este texto vem denunciar os desmandos realizados pelo Reitor da UCSAL, José Carlos de Almeida, que há quase 30 anos se apodera do gabinete máximo da Universidade Católica e realiza reformas sem consulta à comunidade acadêmica ou reunião dos conselhos universitários objetivando a construção de uma universidade mercantil e sem qualidade acadêmica.
Para este semestre o REItor intensificou as suas ações demitindo diversos professores que possuiam histórico de oposição à reitoria sem justa causa. Estes professores foram sumariamente cortados da folha da universidade como parte da limpeza ética realizada pela Reitoria há anos para minar a oposição que poderia surgir dentro dos cursos que não estão nos seus planos de reestruturação mercantilista da UCSAL. Professores doutores, Pós-doutores, referências nas suas áreas de atuação foram demitidos, repito, sem justa causa, por discordarem abertamente da atuação anti-democrática da Reitoria, sem respeito à cátedra e sem considerar o ganho qualitativo na contribuição desses professores na construção do curso e da Universidade.
Além disso, foram aprovados no último dia 04 de agosto, “Ad referendum” (sem consulta ao conselho superior ou ao conselho de ensino e pesquisa, orgãos máximos de deliberação da Universidade), os atos Nº 243, 244 e 245. O ato Nº 243 permite aos estudantes a matricula em disciplinas que possuam pré-requisitos, como procedimento de “flexibilização curricular”. O ato Nº 244 trata das novas regras para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, onde a defesa de tese junto à banca examinadora não é mais requisito para a colação de grau, sendo o trabalho avaliado pelo próprio orientador. Por fim, o ato Nº 245 regulamenta como política institucional a matricula de disciplinas em Módulo, disciplinas semi-presenciais.
A primeira vista pode parecer que tais regras auxiliam aqueles estudantes que querem se formar rapidamente e realmente o fazem. Mas o custo dessa formação rápida é a perda da qualidade acadêmica e o objetivo de tais políticas é a “limpeza acadêmica” da Universidade Católica do Salvador. Os atos 243 e 245, apesar de funcionarem para todos os cursos, atacam diretamente os cursos de Licenciatura que há muito estão “capengando” pela falta de alunos e de interesse político da UCSAL em reeguer os cursos e retomar a qualidade do passado. São os tiros de misericórdia nesses cursos, pois, ao fornecer dispositivos legais para a rápida formação, se exime da responsabilidade de investir na qualidade dos cursos e na sua continuidade, dando um gás na extinção destes cursos – E qual a validade da graduação em um curso extinto?
O Ato 245 é igualmente revoltante, pois nos retira a oportunidade de avaliação dos resultados das nossas pesquisas de graduação, porta de entrada na vida acadêmica. O que se pode esperar da qualidade de um trabalho que é avaliado única e simplesmente pelo orientador? Este Ato serve apenas para cortar gastos com o pagamento dos professores das diversas bancas (quantia em torno de R$ 500,00 por professor mais os gastos com viagens), uma atitude tacanha para uma instituição que se considera “a comunidade do conhecimento”.
Estes foram apenas as ultimas ações tomadas pela Reitoria que, somadas à soma dos vários anos de política mercatilista da Reitoria, apenas acumulam mais revolta e indignação em todos os membros dessa fajuta “comunidade do conhecimento”. O imperativo que se coloca diante de nós agora é a mobilização contra os ataques mercatilistas realizados pela reitoria. Todos os meios de diálogo foram fechados pelo próprio reitor, não existe democracia interna na UCSAL e intransigência só se responde com intransigência. A luta pela UCSAL que queremos deve se iniciar agora enquanto ainda resta algum folêgo antes do tiro de misericórdia.

Renascimento do Movimento Estudantil UCSal: agenda e panfleto

Queremos Gestão Democrática na UCSal

Mais um semestre se inicia na Universidade Católica do Salvador e pouco temos a comemorar. Vários estudantes carentes foram impedidos de fazer sua rematrícula, dada a nova política da Instituição, com mínima flexibilização na negociação dos débitos. Além disso, a comunidade acadêmica foi surpreendida com a notícia de mais demissões do corpo docente sem justa causa, principalmente no Campus da Federação, motivadas por questões políticas.

Não podemos mais aceitar essa situação! A democracia interna, tão aclamada pelo movimento educacional, inexiste na UCSal. Não há transparência no uso dos recursos, nem diálogo sobre as questões pedagógicas. Queremos uma outra Universidade, comunitária de fato, que esteja disposta a debater com as opiniões contrárias e construir coletivamente o conhecimento. Sobretudo, precisamos de uma outra forma de gestão: democrática, transparente e que privilegie a liberdade de pensamento!

Reivindicamos:

· Revogação do Ato 0024, que impõe limites às atividades complementares! Pelo direito de escolha dos estudantes e contra a ganância que atropela os seus direitos!

· Contra a demissão arbitrária e sem justa causa dos professores, motivada por questões políticas! Pela liberdade de pensamento na Universidade!

· Matrícula dos estudantes carentes com flexibilização na negociação dos débitos! Contra a criminalização da inadimplência!

· Melhorias efetivas na infra-estrutura! Aumento do acervo bibliotecário e ampliação dos LAMI’s!

· Contra a perseguição política de estudantes, professores e funcionários da UCSal! Liberdade de expressão é direito garantido pela Constituição!

· Realização de concursos públicos para docentes da UCSal! Admissão de professores pelo mérito, não pela janela!

Revogação do Ato 244, que extingue a defesa do TCC! Pela preparação do universitário para a vida acadêmica!


· Retorno do Conselho Universitário! Transparência e democracia, já!

Panfletagem: quinta-feira (25/08/11). Campus Federação, 18h.
Assembleia: sexta-feira (26/08/2011),Campus Federação, 18h.
Mobilização no campus Pituaçu: terça-feira (30/08/11). Campus Pituaçu, 18h.
Mobilização no campus Lapa: quinta-feira (01/09/11). Campus Lapa, 18h.
Reunião de organização: segunda-feira (05/09/11). Campus Federação, 18h.