30 outubro 2012



Carta aberta com o sentimento de revolta
 Olá ilustríssimos amigos, colegas e camaradas saúdo a todos, visto que, informo que essa sociedade que é perversa, desigual, excludente e que proporciona a divisão de classe, perdeu um excelente ser humano devido à falta de segurança, na qual aqueles que são eleitos para nos representarmos, mas não exercem de fato o seu papel e consequentemente a cidade fica entregue a violência que é fortalecida ou proporcionada por esses representantes que não fomentam políticas para a população de modo geral. Uma vez que, essa má conduta causa um verdadeiro desequilíbrio na juventude que se encontra aprisionado nos órgãos que só sabem punir de forma violenta, ou seja, fortalecendo o método de coerção ao invés de trabalhar com os jovens ou o indivíduo para que o mesmo não volte para o mundo do crime que na verdade ninguém nasce ladrão e nem traficante.
 “É necessário cuidar das crianças para não se tornar necessário puni os adultos”. Michel Foucault Vigiar e Punir
 Logo me remete uma indagação, uma vez que, se ninguém nasce ladrão ou traficante na verdade quem é que formula esse método e exerce de forma exacerbada e violenta que causa terror e lágrimas para muitas famílias? Situação essa para se pensar e tentar encontrar uma resposta, pois faço esse relato de revolta pelo motivo do assassinato de uma colega de Serviço Social da Universidade Católica do Salvador, que tanto se dedicava para se formar e advogar em prol da sociedade de modo geral, sendo que tinha como objetivo fundamental lutar para exterminar essa tamanha desigualdade que infelizmente se faz presente nessa sociedade neoliberal. Portanto até quando viveremos no meio desse fogo cruzado na qual o que importa é o valor capital e a vida do indivíduo passa a não valer mais nada, uma vez que, essa prática perversa apenas favorece para cada indivíduo viver as suas particularidades esquecendo, da importância que o outro exerce tanto para a sua vida pessoal e profissional quanto para a interação social, ou seja, interação coletiva.
Deixo os meus sentimentos de solidariedade, entendendo que devemos cada vez mais estar unidos para combater esse método que é tão desigual na qual a Lei teoricamente funciona, mas a sua execução é mal elaborada só não tenho como afirmar se ela é mal executada de forma proposital. Porém se tornar necessário continuarmos seguindo lutando e acreditando nos nossos ideais, pois muitos perderam a vida para nós estarmos aqui e a nossa colega é mais um grande exemplo, ou seja, vamos unificar a luta com o objetivo de exterminar esses métodos perversos, desiguais e excludentes e principalmente fazer de fato acontecer o gerenciamento dos recursos básicos do cidadão que são garantias constitucionais. Nada de política de favor e nem assistencialismo, pois iremos lutar por uma sociedade equânime na qual cada indivíduo possa ter o seu direito assegurado não só apenas no papel, mas que esse direito possa chegar a ser executado para promover uma sociedade harmônica e principalmente fazer o desigual se tornar igual.

 “Todos são iguais sem distinção de qualquer natureza garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, Educação, Saúde, etc.” Constituição Federal 1988

Diante do relato apresentado fico preocupado no sentido que, até quando vivemos nesse país que prega a desigualdade e de fato a cada dia muitos morrem por falta de segurança e principalmente por não discutirem políticas que contemple a juventude que tanto dizem que é o futuro do Brasil, mas que Brasil é esse? O Brasil de Zil que não investem na Educação, mas investem no futebol que na verdade não deixa de ser um tráfico de pessoas, ou seja, um tráfico de pessoas na qual esse tráfico acontece de forma velada e permitida pelo fato de muitos estarem ganhando ou explorando o outro em favor do tal CRESCIMENTO ECONÔMICO, e o DESENVOLVIMENTO DO INDIVÍDUO COMO É QUE FICA?

“dimensão coletiva da vida social está completamente perdida: o indivíduo é reduzido ao mesquinho burguês, que tem a razão na carteira de dinheiro e o coração na caixa registradora” Introdução à filosofia de Marx, Sérgio Lessa, Ivo Tonet p.83 – 1. ed São Paulo, Expressão Popular, 2008

Centro Acadêmico de Serviço Social Dandara.